Skip to main content

John Hampden: o herói quase esquecido

...

A história da Inglaterra é pontilhada por eventos e momentos cruciais que moldaram não apenas o destino da nação, mas também os princípios fundamentais de governança e liberdade. Um desses episódios notáveis ocorreu durante o reinado de Carlos I da Inglaterra, quando o rei tentou impor um imposto controverso conhecido como “Ship Money” em todo o país, desencadeando uma resistência tenaz do povo, liderada por figuras proeminentes, com destaque para John Hampden, o principal parlamentar contrário à este abuso.

O Ship Money era originalmente um imposto que os reis da Inglaterra podiam impor durante tempos de guerra, apenas em cidades costeiras, para financiar a construção e manutenção da Marinha Real. No entanto, a controvérsia surgiu quando Carlos I decidiu estender a aplicação do Ship Money para além das situações de guerra, e também para todas as cidades além da costa, transformando-o em uma fonte de receita recorrente para o estado. 

John Hampden era um membro do Parlamento e proprietário de terras em Buckinghamshire. Quando Carlos I impôs o imposto sobre a região, Hampden recusou-se a pagar a quantia de 20 xelins exigida, alegando que o imposto era ilegal, seu argumento era de que a imposição feria o artigo 12 da Magna Charta Libertatum de 1215 que diz: “No taxation without representation”. Ou seja, não poderia haver taxação sem o consentimento do parlamento. 

Por não pagar o imposto John Hampden em 1637 foi condenado e preso. Embora tenha perdido o caso, a resistência corajosa de Hampden o transformou em um herói popular e foi o estopim para que nos anos seguintes o exército do parlamento declarasse guerra ao rei absolutista Carlos I.

Até hoje John Hampden é lembrado como um mártir da luta pelos direitos individuais e homenageado em diversos locais espalhados pelos Estados Unidos e Reino Unido. Uma das homenagens mais notórias é uma estátua em sua cidade natal Aylesbury, em Buckinghamshire.



Na base da estátua há uma placa com os seguintes dizeres:

– Teriam 20 xelins arruinado a fortuna do Sr. Hampden?
– Não.
– Mas metade disso, sob o argumento que estavam o
  cobrando, o teriam transformado em um escravo.”

O exemplo de John Hampden ao se opor ao Ship Money ecoa através da história como um testemunho inegável da coragem e do comprometimento de um homem com os valores que sustentam uma sociedade justa. Sua bravura ao desafiar um imposto injusto, colocado pelo governo sem o consentimento do parlamento, é um lembrete eterno de que nenhum cidadão deve se curvar à opressão arbitrária do estado.

...
Avatar photo

Guilherme Dadda

Filho caçula da faxineira Dona Sinara e do caminhoneiro Carlos Eduardo, com muito orgulho, cresceu em Gravataí e aprendeu cedo o valor do trabalho e da honestidade. Graduando em Processos Gerencias, dedicou grande parte da sua trajetória profissional ao empreendedorismo, onde descobriu de forma prática o quanto o estado atrapalha aqueles que querem produzir. Em 2022 decidiu dedicar-se à defesa das ideias liberais e ingressou no Instituto Atlantos, onde atualmente exerce a função de Vice-presidente. É Coordenador de Operações do Instituto de Estudos Empresariais e Fórum da Liberdade, maior evento pró-economia livre do mundo segundo a Forbes. Gosta de jogar xadrez nas horas vagas.

Sem comentários por enquanto!

Seu endereço de email não vai ser publicado.