Liberdade: Um antídoto para a pobreza
A obra “Liberdade: um Antídoto para a Pobreza”, de Antonella Marty, resume-se em uma defesa do melhor remédio conhecido pelo homem para enfrentar a pobreza: a liberdade. Mais precisamente, o capitalismo. Mas, mais do que isso, é principalmente uma descrição da condição necessária para que a liberdade possa existir. E essa condição chama-se liberalismo.
Antes de apresentar sua argumentação, a autora introduz um resumo do nascimento do Universo e da evolução da espécie humana. Ele é importante para contextualizar nossa sociedade nessa linha temporal, e também lembrar que a humanidade, como a conhecemos hoje, não se encontra assim por acaso, mas é resultado de um longo e contínuo processo de evolução e adaptação. Ao analisar essa introdução, torna-se evidente que o período de estabilidade e riqueza que desfrutamos hoje foi a exceção e não a regra ao longo de milhares de anos. Como a autora nos lembra, “tomamos como certo os confortos do presente como se fossem inevitáveis. Não são.”. E é muito fácil que nos esqueçamos disso.
A história da humanidade, na verdade, é a história da pobreza. E esse entendimento é fundamental para a discussão sobre economia que se faz a seguir. “Por que existe pobreza?” não é a pergunta certa a se fazer, uma vez que a pobreza é a condição natural da humanidade, como se pôde verificar. A questão correta seria: “como as sociedades podem enriquecer?”. Essa pergunta já foi formulada e respondida por Adam Smith, importante teórico do liberalismo, em sua monumental “A Riqueza das Nações”. Em suma, segundo Marty: “com a atividade econômica, livre de obstáculos desnecessários e de burocracias estatais.”
Ao olhar para o passado não é difícil identificar os momentos nos quais a qualidade da vida humana deu um salto significativo. Isso só foi possível graças à engenhosidade de alguns indivíduos que puderam criar maneiras novas e mais eficientes de resolver problemas. Tais melhorias, por sua vez, só ocorreram porque esses indivíduos tiveram liberdade para pensar, experimentar e, principalmente, colher os frutos do próprio esforço. O liberalismo prescreve esse conjunto de requisitos, sociais e políticos, para que essa liberdade seja alcançada e mantida por uma sociedade.
Uma citação da economista americana Deirdre N. McCloskey, feita na obra, resume a busca da humanidade por essa cura para a pobreza:
“A economia tem tentado encontrar pequenas fórmulas mágicas capazes de explicar o progresso: poupança, trabalho e instituições. Tudo isso faz parte do que nos
torna ricos, mas só funciona se houver algo maior por trás, se houver uma estrutura para o desenvolvimento. E esse paradigma é o da liberdade.”
Ser livre nos torna ricos.
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