Dizem que os contos de fadas são, na verdade, adaptações de histórias sombrias, não? Portanto, permita-me iniciar esse artigo tal qual um conto, prestes a ter seu verdadeiro significado revelado.
Era uma vez, um grupo de titãs preparando a Terra abaixo dos céus para a chegada dos humanos. Cansados de observar os Deuses gozando de privilégios no Olimpo, às custas da desgraça alheia e acima de julgamento ou punição, esses guerreiros organizaram uma invasão à morada de Zeus. Como consequência esperada de qualquer articulação apressada, nossos heróis foram derrotados, e cada um recebeu um castigo eterno. Em especial, Atlas foi incumbido de sustentar nas costas a abóbada celeste (vulgo céu).
Passado certo tempo, é visitado em seu posto pelo ilustre semi-deus Hércules. Ao último fora designada a missão de colher as Maçãs de Ouro do Jardim dos Deuses, mas sabendo que apenas Atlas seria capaz de brigar fisicamente com o Dragão de Cem Cabeças que guardava o Jardim, lhe propôs um trato: assumiria o peso dos céus para que Atlas colhesse as maçãs e as entregasse como remissão pela invasão ao Olimpo. No entanto, Hércules foge com as maçãs e deixa o titã desolado. Em retorno pela sua colaboração, foram construídos – a mando dos Deuses, possivelmente – os pilares de Hércules, libertando Atlas de seu fardo, mantendo-o apenas como guardião do local.
Se nem o mais forte dos Titãs foi capaz de carregar pela eternidade o peso dos céus em suas costas, tampouco seremos capazes de fazê-lo com o Olimpo Estatal. Elegemos algozes que definem o tamanho do fardo diário que carregamos; sustentamos semi-deuses com a prerrogativa de defesa do bem comum maior.
Ora, a sua felicidade deve sobrepôr a de outra pessoa?
Cada ser humano, em sua individualidade única, possui uma história diferente. Não, não somos todos iguais como creem grupos coletivistas. Ainda que a afirmação anterior abra margem para distorções daqueles que não concordam com as ideias da liberdade, o individualismo não prega o ódio ao bem comum e coletivo. As experiências acumuladas, somadas ao background familiar, nos tornam quem somos. Tal constatação indica que, independente de adotarmos o padrão de vida dos nossos pais ou não, essa convivência nos torna únicos.
Trazendo a singularidade de pensamento de diversos jovens escritores e colaboradores, retomamos as publicações de artigos de opinião no site do Instituto. Nossa missão é ajudá-lo a identificar a existência de Atlas, para munidos de conhecimento invadir o Olimpo aos poucos, dessa vez logrando sucesso.
O clichê é clichê por algum motivo e no nosso meio o “A menor minoria é o indivíduo” é um dos mais assertivos e corretos.
Enquanto o foco não for o indivíduo, continuaremos fadados a carregar o mundo nas costas e tendo outras “maçãs” roubadas por esses ou aqueles grupos de pressão.
Excelente texto e explicação da origem de Atlas!
Esse artigo tá demais! Muito bom
Excelente artigo! Muito inspirador.