As tensões na Faixa de Gaza e no território israelense estão cada vez mais intensificadas nos últimos dias. No dia 18 de agosto, domingo, ocorreu o que parece ter sido um atentado em Tel Aviv, capital de Israel, deixando pelo menos um morto e um gravemente ferido, ataque reivindicado pelo Hamas. Além disso, nas últimas semanas, o Irã ameaçou uma escalada de violência sem precedentes contra Israel e no Oriente Médio. Em uma tentativa de apaziguar as tensões, os Estados Unidos enviaram o Secretário de Estado para negociar um cessar-fogo na segunda-feira, dia 19 de agosto.
Esses conflitos, que perduram por décadas, têm entre seus fatores o fanatismo religioso, que se manifesta no silenciamento de grupos que professam uma fé diferente da dominante em determinada região, bem como na aniquilação de todos aqueles que se opõem a um dogma específico. A violência decorrente do fanatismo religioso também é acompanhada pelo domínio de territórios, ocupação de recursos naturais e pontos estratégicos, que se tornam o pano de fundo para a “religiosidade”.
Ao observarmos as grandes religiões, notamos características gerais que se assemelham bastante umas às outras, considerando sempre a imagem de uma entidade superior que, de certa forma, rege nossas vidas, ou que, no princípio, foi o fator central para o surgimento da nossa existência. Mesmo com o avanço da tecnologia e da ciência, que têm sido capazes de explicar diversos fenômenos antes considerados místicos e sobrenaturais, isso não fez com que a fé das pessoas se dissipasse, nem determinou qual religião seria a verdadeira ou a falsa. Contudo, mesmo com a interconectividade dos povos e a troca cultural, grupos extremistas islâmicos no Oriente Médio, assim como tantos outros espalhados pelo mundo, violam a liberdade religiosa, um princípio civilizatório essencial, concebendo a aniquilação daqueles que professam uma fé diferente da sua, muitas vezes com objetivos “terrenos” em segundo plano.
Será que, ao observarmos que muitos princípios e ideias, mesmo explicados de formas distintas, a compreensão da “verdade” não é exclusiva de uma única religião, mas sim disseminada de maneiras diferentes em culturas diversas? Se até mesmo, por exemplo, no Cristianismo, a crença em Cristo deriva uma variabilidade de outras denominações religiosas, como os Católicos, Evangélicos, Adventistas, entre outros, não poderíamos concluir que cada indivíduo enxerga a religiosidade de forma única, mesmo sendo adepto de uma única fé e religião? O que garantiria que uma fé ou religião é realmente a única que levará as pessoas ao suposto paraíso e à verdadeira compreensão da vida?
Embora não seja o objetivo deste texto discutir o impacto das religiões na vida das pessoas, é fundamental compreender sua importância na construção de uma sociedade civilizada e humanizada, que respeite os direitos individuais. Nesse sentido, não se pode considerar que uma única religião deva ser dominante e professada por todas as pessoas em hipótese alguma. Devemos considerar que, pela inerente busca da felicidade e pela compreensão do sentido da existência aqui na Terra, todos nós buscamos uma forma de alcançá-la, e não temos certeza alguma sobre o que poderia ser, até agora, a vida além deste mundo. As religiões ajudam os indivíduos a encontrar um significado maior para a própria existência e, além disso, a buscar a própria felicidade e liberdade, tornando-se assim evidente que conflitos como este não devem ser propagados de forma alguma.
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