
“Não sou um objetivista. Tampouco, sou um entusiasta de que seja possível crer em algo sem que a tal crença seja baseada em algo concreto, do contrário, tolice o seria.“
A partir dessa premissa surgem os ideais objetivistas: uma filosofia fundamentalmente firmada (e criada) no pilar da responsabilidade. O objetivista por definição não é aquele que procura justificar os problemas do mundo com seus achismos; mas sim, um indivíduo racional que faz uso de sua própria lente para observar os parâmetros da ética e moralidade presentes em cada uma de suas ações do dia a dia.
Logo, a perspectiva objetivista, em certa medida, diz respeito a compreensão do indivíduo como sendo a menor minoria possível. A partir desse entendimento, o direito de escolha e liberdade de expressão se torna preceito indiscutível e deve ser resguardado em qualquer que seja o Estado no qual o particular se encontre.
É graças à liberdade de expressão que os indivíduos podem, por exemplo, desfrutar das consequências de suas ações. Em um paralelo com Ortega y Gasset, o dito “homem-massa” é o indivíduo que abre mão de sua própria individualidade, refletindo o declínio de uma sociedade que busca o bônus de tudo mas se preocupa pouco (ou quase nada) com o ônus da responsabilidade.
Ainda, a beleza na obra de Ayn Rand também não está alicerçada em um ideal estático e inalcançável, mas encontra seu ápice funcional na transitividade das luzes que tanto a encantaram em sua chegada aos EUA em 1926. Advinda de um regime autoritário e persecutório proporcionado pela antiga URSS, Rand sabe muito bem o custo de uma promessa utópica de igualdade e prosperidade, tão difundida por ideologias socialistas até os dias atuais. Segundo as palavras da própria Rand – “o socialismo consiste na negação ao indivíduo do seu direito de existir”.
Ademais, o dito egoísmo racional difundido pela autora de nada tem a ver com a falta de empatia, mas sim, se estabelece aqui como uma análise humana da realidade em que vivemos: seremos nós capazes de mudar a realidade se não somos capazes de salvar a nós mesmos? Como liberais, evidentemente não encontraremos a resposta terceirizando-a para um órgão de tutela (ou Estado protetor), mas assumindo a responsabilidade por nossos atos, com suor e afinco de quem ousa defender a atividade produtiva e o valor do trabalho.
Por fim, na perspectiva de um admirador não objetivista da liberdade e da responsabilidade, o vitimismo deve ser abandonado ,e, como ensinava Ayn Rand, substituído por ações concretas de melhoria contínua. Em outras palavras, esse apelo não objetivista procura inspirar os leitores a buscarem excelência em suas ações cotidianas para que, com firmeza, consigam alcançar o protagonismo de suas próprias histórias.

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