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O Mercado e a Superpopulação

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Como o Livre Mercado Lida com Superpopulação

Por Robert P. Murphy

https://fee.org/articles/how-a-free-market-deals-with-overpopulation/

O Mercado e a Superpopulação

O mercado faz um bom trabalho em coisas como produzir o número ótimo de bicicletas, mas podemos contar com ele para regular crescimento populacional? Entregue a si próprio, laissez-faire produz muito mais do que o número ótimo de pessoas – certo?

Na realidade, pessoas que estão prospectando a paternidade levam em conta a maior parte dos efeitos que sua prole potencial causará na humanidade, porque a maior parte dos recursos que uma criança consumirá – moradia, comida, abrigo – será paga pelos pais. Se alguns casais quiserem ter uma dúzia de crianças e contar com beliches e roupas herdadas, enquanto outros casais quiserem apenas um filho que receba toda a atenção e tesouro, então não há nada “deseconômico” em qualquer uma dessas abordagens.

“Externalidades” Populacionais

Mas, você pode pensar, essa análise simplista releva externalidades. Quando um casal traz um novo bebê ao mundo, eles certamente não serão responsáveis pelo custo real a toda a sociedade.

É verdade que existem programas governamentais (como educação “grátis” e fórmulas de assistência financeira baseadas em número de crianças) que de fato subsidiam crianças, mas isso certamente não é culpa do capitalismo.

Mesmo levando o argumento da “externalidade” no seu valor nominal, existem externalidades negativas e positivas quando pessoas decidem ter mais filhos. Em adição aos lados ruins, pais míopes também não estão levando em conta o fato de que sua criança pode desenvolver a cura para o câncer ou inventar um novo jogo de cartas que conquiste o mundo. O economista Steve Landsburg desenvolve pontualmente essas considerações e conclui que pessoas extras, na média, provavelmente conferem maiores “benefícios sociais” do que “custos sociais”, se quisermos pensar desta maneira sobre o problema.

Limites do Crescimento Populacional

Você pode tentar distribuir culpa da maneira que quiser, diz o argumento, mas o fato que nos encara é que vivemos em um planeta finito enquanto não há limite no crescimento “natural” da população.

Mas é simplesmente um mito que o mundo está atualmente superpopulado. Certas cidades são muito lotadas, mas as pessoas que moram nelas concluem que as vantagens da vida urbana – que derivam em grande parte por estarem perto de tantas outras pessoas produtivas com habilidades e gostos variados – pesam mais do que as desvantagens de altos preços e congestionamento.

Atualmente, se voce pegar a população total de 7.6 bilhões e colocá-las no Texas, cada pessoa teria mais ou menos cem metros quadrados de espaço – um pouco mais do que um terreno de 10m x 10m.

Agora críticos podem zombar de tais calculações como um non sequitur, mas o ponto é frisar o quão grande é a Terra. Para a maior parte das pessoas, pegar um avião ou uma viagem longa de trem demonstrará uma vista majoritariamente de espaço vazio. E à medida em que humanos se tornarem mais proficientes em explorar os recursos do oceanos e até mesmo cobrirem essa superfície com cidades, a capacidade de suporte física da Terra se tornará ainda mais gigantesca.

Em um famoso ensaio de 1798, o economista clássico Thomas Malthus argumentou que crescimento populacional descontrolado necessariamente excederia produção alimentícia, porque na melhor hipótese produção alimentícia cresceria aritmeticamente(1, 2, 3, 4…), enquanto população cresceria geometricamente (1, 2, 4, 8…). Por causa de seu trabalho, justamente ou não, o termo Malthusiano acabou por denotar alguém preocupado com rápido crescimento populacional sobrecarregando os recursos finitos da Mãe Terra.

Porém a história mostra que as conjecturas “óbvias” de Malthus estavam simplesmente erradas. Embora a população global tenha crescido tremendamente desde que ele escreveu seu ensaio, a produção total de comida cresceu mais ainda. Rendimento per capita sob qualquer métrica é muito maior hoje do que era no ano 1800. Embora exista um sentido no qual os recursos da Terra são finitos, até agora não houve nenhuma constrição insuperável. A engenhosidade humana conseguiu fazer mais com menos, surpreendendo os pessimistas repetidamente.

O Recurso Mais Poderoso

Talvez seja verdade que Malthus estava errado na sua escolha do momento. Afinal, certamente podemos ver as pressões em ecossistemas que a humanidade está causando mais recentemente.

Sempre haverá problemas particulares causados por mudanças, e isso inclui uma população em modificação. Mas, até agora, a humanidade conseguiu se manter acima da curva, com condições de vida constantemente melhorando (desde a Revolução Industrial).

E a tendência tem continuado em tempos mais modernos também. Em uma famosa aposta de 1980, otimista de recursos Julian Simon – que via humanos como cérebros, não barrigas – desafiou o biólogo Paul Ehrlich (autor do alarmista The Population Bomb de 1968) para escolher cinco bens. No decorrer de 10 anos, caso o preço aumentasse, então Ehrlich venceria, mas se o preço caísse, então Simon venceria. Após consultar com um colega que compartilhava seu pessimismo, Ehrlich selecionou cobre, crômio, níquel, castanho e tungstênio como seus bens, e na época disse que vencer sua aposta seria como “pescar em um barril”. Apesar disso, em 1990, o preço de todos os cinco bens haviam reduzido, porque – como Julian Simon havia previsto – a mente humana se provou um recurso mais poderoso do que os materiais físicos enterrados no chão.

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