No dia 13 de julho de 2024, o pré-candidato e ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu um atentado na cidade de Butler, no estado da Pensilvânia, durante um comício dos republicanos. O atentado deixou Trump ferido, atingido na orelha, um espectador morto, outro gravemente ferido; e o atirador foi abatido logo em seguida pelo serviço secreto que atuava no local.
Além da cena bárbara e do atentado contra a democracia de uma nação, o que mais assustou foi a relativização que alguns jornais brasileiros fizeram da situação. O jornal O Globo em uma publicação no X (antigo Twitter), o jornal minimizou o atentado ao afirmar: “Trump cai durante comício na Pensilvânia com sangue no rosto”. A Folha de São Paulo, pelo Instagram, referiu-se como “Comício de Donald Trump na Pensilvânia é interrompido após supostos sons de tiro” e, em um teor parecido, a InfoMoney noticiou que “Donald Trump é retirado de palco às pressas em comício após ‘um forte estalo’ ”.
Nos últimos anos, a polarização política tem afetado o cenário no mundo ocidental, fazendo com que eventos como este sejam relativizados ou ampliados, dependendo da ideologia dominante. Aparentemente, a vida humana não é valorizada de acordo com o lado em que se está. Não há mais adversários ou ideias contrárias; se você está do lado oposto, é considerado um inimigo que deve ser aniquilado.
Infelizmente, essa forma de pensamento está cada vez mais enraizada na política e, com as nossas próximas eleições municipais, devemos ter muito cuidado para que candidatos que simplesmente relativizam a “verdade” não sejam eleitos e, ao invés de gerar prosperidade e união, gerem cada vez mais este ciclo violento. Em conceitos democráticos, o livre debate, a troca de ideias e as divergências ideológicas sempre serão benéficas para a prosperidade, seja no âmbito individual ou coletivo. O silenciamento, seja pela censura de ideias ou pela aniquilação de adversários, trará sempre perdas para todos, independentemente de qual lado se esteja.
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