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Saia do armário ideológico

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Ser LGBTQ+ é apenas um detalhe particular na vida do indivíduo. Não é doença, como também não é motivo para vergonha ou sofrer quaisquer tipos de violência ou ameaça. Parece simples, mas ainda há pessoas, políticos – e ideologias – que não entendem o básico do respeito à individualidade humana.

       Não existe um manual de como ser LGBTQ+. Você não precisa usar pronomes neutros, idolatrar divas pop, odiar homens considerados padrão ou ser obrigado a pensar de tal forma porque um coletivo ditou que algo é o correto. Você é único, e a sua individualidade é algo precioso demais para que possa ser vilipendiada por grupos/coletivos em nome de ideologias. Afinal, a comunidade LGBTQ+ é pautada justamente pela diversidade de seus membros, e não por uma igualdade imposta de cima para baixo por meios coercitivos e autoritários.

         Porém, militantes da esquerda revolucionária que se consideram “progressistas” tomaram para si as pautas identitárias. Ao ecoarem o discurso da igualdade e da “justiça social” por levantarem pautas e bandeiras de movimentos feministas, negros e LGBTQ+, o intuito é de aparentar virtudes, empatias e uma suposta preocupação com o indivíduo. No entanto, a verdade nos mostra que, na prática, esta militância não está preocupada em garantir a autonomia e a liberdade de pessoas LGBTQ+, mas sim em cumprir com uma agenda ideológica marxista que se apropria destas pautas identitárias para pregar justamente o oposto: O desmerecimento da autonomia e da liberdade individual, a defesa das ditaduras “em nome da classe trabalhadora” e a propagação do ódio e da violência a todos aqueles que discordam de ideologias socialistas/comunistas. 

O discurso de defesa da igualdade e da justiça social tornou-se a isca perfeita para os desinformados. Todavia, ouse discordar ou contestar da militância, e veja leões selvagens avançando para o ataque. E ,mesmo que você seja uma pessoa LGBTQ+, você também não seria poupado. A idolatria em prol de ideologias nefastas é tamanha que estes mesmos militantes não medem escrúpulos ao defenderem e idolatrarem ídolos revolucionários como Che Guevara, Mao Tsé Tung ou até mesmo Josef Stalin. Ídolos que, em nome da revolução e da classe trabalhadora, m  ataram e perseguiram opositores políticos, mulheres, pessoas LGBTQ+ líderes religiosos e impuseram o autoritarismo, o terror e o genocídio em seus países.

         E se forem apresentados os fatos históricos, o “negacionismo do bem” é a salvação. Afinal, para estes militantes “progressistas”, estas atrocidades nunca existiram, e tudo não se passa de uma mera invenção do imperialismo estadunidense a fim de demonizar a imagem do socialismo e promover a perpetuação da máquina capitalista. Criam-se narrativas tão bem elaboradas que alguns LGBTs passam a apoiar justamente aqueles que os oprimiram e violentaram, perpetuando-se uma Síndrome de Estocolmo. No entanto, a história é enfática ao afirmar que sim, o autoritarismo existe, é perverso, e ele não estará ao lado da diversidade quando um ditador tomar a decisão de sacrificar a vida dos demais em nome de um projeto de poder brutal. Como diria a filósofa Ayn Rand: “Sentir pena dos culpados é trair os inocentes”.

         Mas então por que vários LGBTs ainda recorrem a grupos e movimentos de esquerda identitária/progressista? Porque a esquerda soube levar os fatores tempo e alternância de discurso a seu favor desde os anos 60, quando houve a eclosão dos movimentos pela luta dos direitos civis de mulheres negros, pessoas LGBTQ+ e de opositores à Guerra do Vietnã. No entanto, foi apenas com a queda da União Soviética que a esquerda se viu na real necessidade de abraçar pautas identitárias a fim de reformular seus paradigmas tradicionais. Ou era a mudança ou o colapso junto com a União Soviética. Afinal, pregar uma agenda identitária justiceira é muito mais fácil, e convincente, do que pregar, e justificar, de forma escancarada, o fuzilamento de opositores políticos em meio a uma revolução armada.

        Por outro lado, conservadores optaram por não se manifestarem nos debates, os reacionários e religiosos se apegaram aos valores bíblicos e liberais e libertários pouco tinham espaço para o debate por serem considerados outsiders na política. Ironicamente, a esquerda tomou para si uma pauta de origem liberal: A defesa da liberdade individual para tais grupos. No entanto, torna-se um paradoxo defender a igualdade e a justiça social quando se pede o aumento do Estado na vida privada de seus cidadãos, na ilusão de que o próprio Estado irá garantir o pleno acesso a todos os direitos civis. O mesmo Estado que diz garantir direitos é o mesmo que pode arrancá-los sem qualquer justificativa, e não haverá salvação quando o Estado resolver apontar as suas armas aos seus cidadãos indefesos. Uma sociedade verdadeiramente livre é feita com base na redução do papel estatal, e não o oposto.

         Se você é LGBTQ+, como o autor deste texto, saiba que você não precisa estar refém de ideologias e suas militâncias beligerantes para se sentir acolhido. Sua liberdade e autonomia cabem apenas a você. Busque pessoas como você, elas são a maioria silenciosa. Não podemos permitir que, em nome de ideologias, sacrifiquemos-nos; enquanto políticos e militantes ameaçam diariamente nossas liberdades individuais, como também não podemos esperar que divas pop internacionais façam algo por nós.

         Por fim, deixo o meu recado a todos aqueles que se identificam como LGBTQ+: Faça a sua parte, seja crítico com ideologias, estude, busque uma rede de apoio e divulgue sua ideias. Saia do armário ideológico.

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Guilherme Esparza

É um defensor do liberalismo e acredita que a liberdade é o único caminho para a construção de uma sociedade verdadeiramente livre e próspera. Atualmente estuda Geografia nas modalidades Bacharelado e Licenciatura pela Unesp, Campus Rio Claro, é coordenador pelo Instituto Atlantos e também atual líder estadual da UJL (União Juventude e Liberdade) pelo estado de São Paulo. Nas horas vagas, adora debater política, conhecer novos lugares, aprender conteúdos referentes à geografia e história, ouvir músicas e jogar.

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