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Falácias da Política

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O cenário político brasileiro fica cada vez mais interessante, quando toda e qualquer manifestação da direita, ou melhor, de quem quer que seja além da oligarquia PT, PMDB e PSDB, é posta em pé de igualdade com atos atentatórios ao Estado Democrático de Direito. 

Sem adentrar o mérito da proposta feita pelo governador de MG, Romeu Zema, que apresentou a ideia de um consórcio Sul-Sudeste (CONSUD) a fim de incrementar protagonismo para as regiões mais produtivas do país; quero apontar ao atual perigo emergente em face da Liberdade de Expressão, que vem se apresentando através de falácias perigosamente persuasivas. Escolhe-se a palavra “persuasão”, pois esta tem uma nuance diferente da palavra “convencimento”. Convencimento é o mecanismo retórico de conduzir o ouvinte através dos motivos racionais para se acatar um ponto de vista; persuasão é uma ferramenta retórica que cassa a liberdade do ouvinte, pois utiliza de artimanhas para obrigar o ouvinte a aceitar o que se diz. 

Observa-se isto no cenário brasileiro, notadamente com protagonismo das mídias: ao afirmar que Romeu Zema encabeça uma tentativa de separatismo, veja-se, um crime contra a Ordem Constitucional, obriga-se o auditório a negar-lhe apoio por meio de uma falácia, uma meia verdade, uma desinformação. 

Este é um sofisma milenar, notório na Grécia antiga e muito atacado por Sócrates durante a Virada Antropológica. Neste tom, talvez uma parcela de extremistas até apoie a ideia de separatismo, entretanto, nunca terá passado pela cabeça de Zema promover uma cisão interna no Brasil. Trata-se, portanto, de mais uma narrativa para afastar a população do locutor por meio de uma falácia. 

O problema é grave, tem-se um Renan Calheiros, barata velha da oligarquia brasileira, sobrevivendo na política; um Luís Inácio, condenado em três instâncias, mas um corrupto inocente; um Arthur Lira, implicado por receber 11 pagamentos desvelados na operação Hefesto da PF, comandando a Casa Legislativa; um Cabral, condenado a mais de 400 anos de cadeia, dançando em escola de samba do Rio de Janeiro; e por aí vai. Poderia se mencionar quase todas as cadeiras de qualquer dos três poderes, mas o ponto central não é que a oligarquia política é criminosa, isto é líquido e certo. O ponto  é: a mesma oligarquia que comanda uma narrativa para se beneficiar, acaba persuadindo o auditório a ser avesso a governantes de outros espectros ideológicos.

Destarte, resta a esperança de que haja uma cooperação interpartidária a fim de desvelar estas mentiras e redirecionar o foco ao que interessa: o desenvolvimento do país do futuro, que vem patinando há muito tempo neste árduo e pedregoso caminho.

Artigo escrito por Douglas Riccardi

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